Fazer jejum intermitente ou comer a cada 4 horas? Responder esta questão não é tão simples assim, os dois métodos têm seus pontos fortes e desvantagens.
Quando espaçamos regularmente as refeições principais e as intermediarias ao longo do dia, várias alterações vão ocorrer no nosso metabolismo.
A principal mudança, é que dificilmente vamos estar morrendo de fome antes da próxima refeição, nossa fome vai estar sempre sob controle.
Quando ficamos mais de 4 horas sem comer (em média), nosso estomago produz um hormônio da fome chamado Grelina, que vai pelo sangue até o cérebro e avisa que já é hora de comer.
Se não comemos, a Grelina continua a se elevar, e quando percebemos já estamos literalmente atacando qualquer comida.
Outro impacto bioquímico das refeições espaçadas regularmente é sobre a nossa glicemia, que tende a ser mais estável.
O mesmo acontece com a taxa de insulina que também não sofrerá grandes oscilações, claro, desde que comamos os alimentos adequados.
Por outro lado, pessoas que fazem 1 ou 2 refeições ao dia, recebem grande aporte de calorias nestas refeições.
Isso provoca picos de insulina logo após estas refeições, e essa elevação será mantida por algumas horas, aumentando a conversão de glicose em ácidos graxos (gordura).
Depois, à medida que ficamos sem comer, os níveis de insulina se reduzem, e se o volume de comida for adequado nestas refeições.
Quanto maior o intervalo entre uma refeição e outra, mais o nosso corpo irá buscar energia utilizando o tecido gorduroso.
Mas, se o período de jejum for muito longo, os músculos também poderão ser usados para gerar energia, o que é um péssimo negócio para quem quer emagrecer e ficar magro.
Porém, a gliconeogênese, que é a geração de energia a partir das proteínas dos músculos, pode ser minimizada com o uso dos alimentos e suplementos adequados.
Nosso corpo funciona basicamente com duas fontes de energia, os carboidratos e as gorduras.
Quando a glicose e a insulina estão equilibradas, nós usamos a gordura e a glicose de forma alternada como fonte energética.
Quando fazemos exercícios moderados também queimamos gordura, e somente quando eles são mais intensos é que utilizamos os carboidratos, mas para quem esta acima do peso não funciona desta forma.
Como quase sempre acontece, o excesso de peso esta acompanhado de um nível de insulina acima do basal esperado.
Justamente por conta de excesso de carboidratos de altos índices e cargas glicêmicas na dieta, o corpo preferencialmente utiliza esta glicose que esta sobrando, conservando intacta a gordura.
Quando entendemos este caminho metabólico fica mais fácil compreender porque algumas pessoas, apesar de fazerem atividade física regularmente, não conseguem emagrecer de forma consistente e duradoura.
Nosso corpo também produz uma enzima chamada lipase lipoproteica, ela é muito importante para quem quer emagrecer porque é ela que determina quanto do que comemos vai ser armazenado como gordura.
Quando ficamos muitas horas sem comer os níveis de lipase lipoproteica vão se elevando.
E quando comemos novamente, o corpo sabiamente estoca parte desta alimentação como gordura, fato que não ocorre quando nossa alimentação é bem distribuída ao longo do dia.
Depois que entendemos como agem estes hormônios e enzimas, podemos entender porque é tão importante a quantidade de calorias que ingerimos.
Mais importante, é a distribuição das calorias ao longo do dia, pode fazer toda diferença quando o assunto é emagrecimento.
Em resumo, fazer ou não refeições intermediárias, é sempre uma questão delicada para se responder, pois depende muito do perfil de cada pessoa, principalmente o quanto gasta de energia durante o dia.
Atualmente acredito que jejuns não tão longos tendem a ser melhores para um emagrecimento mais consistente e duradouro.
Porém, para quem prefere fazer refeições intermediárias, eu aconselho que só as faça se realmente tiver com fome para, pois comer por comer apenas, não será muito eficaz.
Com o avançar da ciência nutricional, descobrimos que quando queremos emagrecer, as respostas costumam ser melhores quando variamos as estratégias alimentares.
Isto é, fazer alternâncias tanto na dieta, como na periodização dela, leva a melhores resultados que manter uma dieta mais estática, apenas com restrição calórica.
Veja mais no meu livro “Emagrecer, Porque Só Fechar a Boca não Resolve”
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