Orientações alimentares para o tratamento são extremamente importantes, pois o que comemos, pode nos restaurar a saúde, mas também pode ser a raiz de várias doenças crônicas.
Todos sabemos da importância da alimentação, seja para recuperar, melhorar ou otimizar a nossa saúde. Porém grande parte dos médicos não orientam a alimentação dos seus pacientes, ou quando o fazem, limitam-se aos velhos chavões, como, beba muita água, evite o sal e o açúcar, etc.
Nós adoecemos por duas vias principais: pelas toxinas que ingerimos, e não conseguimos eliminar adequadamente; e/ou pela ausência de muitos nutrientes que deveriam estar presentes em nossa alimentação, mas não estão.
A alimentação tem papel importante na origem e perpetuação da maioria das DOENÇAS e DORES CRÔNICAS. A modificação de hábitos alimentares, e a remoção de toxinas é de suma importância para tratar e curar muitos problemas de saúde, bem como para nos manter saudáveis.
Porém, quando se faz um tratamento buscando tratar as causas, as orientações alimentares são de grande importância, pois sabemos que praticamente todas as doenças crônico-degenerativas, como inflamações crônicas, artrose, artrite, doenças autoimunes, câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, entre muitas outras, estão de alguma forma associadas à alimentação.
Vivemos hoje em um mundo muito poluído, e esta poluição é uma causa ainda pouco considerada de inúmeros problemas de saúde.
Na esfera mental e emocional, podemos apresentar a mente confusa, raciocínio lento, inquietação, apatia, depressão, ansiedade, oscilações de humor.
Também sintomas físicos como, cansaço fácil, diminuição da libido, dores pelo corpo, diminuição da imunidade, resfriados e infecções de repetição, podem ser causados por intoxicação e/ou falta de nutrientes.
Um dos principais pilares do tratamento, antes mesmo de qualquer reposição de nutrientes, é a remoção de toxinas, metais tóxicos, poluentes, agrotóxicos, pesticidas, xenoestrógenos e alimentos nocivos da dieta, o que por si só, já pode produzir o alívio de quadros dolorosos, e o desaparecimento de muitos dos sintomas que, incomodam a grande maioria das pessoas, e que não são tratados, mas sim aliviados, com as mais diversas medicações atualmente prescritas.
Tão importante quanto eliminar do nosso corpo substâncias que estão nos intoxicando cronicamente, é repor os nutrientes que estão em falta, quer seja pela alimentação quando possível, ou pela suplementação.
A nossa reação aos alimentos é muito individual, não existe nenhum alimento que seja bom para todas as pessoas, pois cada um de nós tem sua forma particular de metabolizar os nutrientes, muitas vezes determinado alimento é “remédio” para uns, e “veneno” para outras pessoas.
Com as pesquisas nas áreas da Epigenética, da Nutrigenômica e da Nutrigenética, as relações do nosso corpo com os alimentos e nutrientes, estão ficando cada vez mais claras, e as orientações alimentares assumem um papel cada vez mais importante.
Devemos restringir, ou em alguns casos, até mesmo eliminar, alimentos como: trigo (farináceos em geral), soja, gordura trans (margarinas), óleos vegetais, adoçantes artificiais, açúcar, leite e derivados (laticínios em geral), sucos de frutas industrializados (todos) e sal de mesa refinado.
É importante deixar claro, que alimentos, mesmo não saudáveis, se ingeridos em pequena quantidade, e com pouca frequência, não costumam nos causar problemas de saúde, exceto em casos especiais, como nas alergias ou intolerâncias alimentares prévias.
Abaixo segue uma lista com os principais alimentos que podem de alguma forma causar danos à nossa saúde.
Para alguns existem alternativas mais saudáveis, para outros, a solução é simplesmente eliminar da nossa alimentação.
O trigo contém proteínas, como a gliadina e glutenina. Quando adicionamos água ao trigo e o batemos para formar a massa, aí é que surge o Glúten, isso significa que ele não existe no grão de trigo in natura, só quando ele é processado.
O glúten “cola” na mucosa do intestino causando inflamação crônica, alterando a permeabilidade intestinal.
O glúten aumenta a pressão arterial e provoca edema (inchaço) das articulações, e por todo o corpo.
São ricos em glúten: trigo, cevada e centeio. Embora citada na literatura como fonte de glúten, a aveia possui apenas uma quantidade residual de glúten, não tendo impacto no nosso metabolismo.
Porém, os portadores de doença Celíaca, devem evitar a aveia também, pois ela pode estar “contaminada” por questões de armazenamento, já normalmente trigo, cevada e aveia são armazenados nos mesmos lugares.
Opções: A restrição ao trigo e seus derivados, parece ser o maior empecilho quando queremos mudar hábitos alimentares. Aqui a recomendação, é não usar mesmo!
Se for impossível ficar sem, usar a menor quantidade possível, e com a menor frequência possível.
O ser humano é o único mamífero adulto que toma leite de outra espécie. O leite é hiperproteico para a espécie humana, o consumo do leite é insulinogênico, isto é, pode levar à obesidade e ao diabetes.
Os laticínios criam um meio propício para o crescimento de fungos e bactérias no organismo e podem causar alergias, pois não são benéficos, como é o leite materno.
Os produtos lácteos, também aumentam a mucosidade, piorando as rinites, sinusites, asma e outras doenças respiratórias, e casos de dor crônica.
Embora se fale muito sobre a intolerância a lactose, o grande problema para o nosso corpo são as proteínas do leite, que sobrecarregam nosso fígado.
Opções: A saída é não usar, ou usar em pequenas quantidades, e eventualmente. Existem ainda, os “leites” extraídos do arroz, de nozes entre outros, que são benéficos, porém nem todos gostam do seu paladar.
Quando os sintomas e as queixas indicam que determinada pessoa apresenta sensibilidade ao leite ou ao trigo, sugiro que façam um teste de retirada destes dois alimentos por 3 semanas, e observe como ficam os sintomas. Sabemos que leite e trigo apresentam sensibilidade cruzada, quando não toleramos um deles, há boa chance de sermos intolerantes ao outro também.
Em excesso, sucos de frutas, mesmo feitos na hora, devem ser evitados.
Sucos de frutas industrializados, devem ser evitados.
As frutas apresentam alto teor de frutose, um tipo de açúcar, que quando em excesso pode se tornar tão nocivo quanto a glicose (em excesso).
Na verdade, a frutose é metabolizada pelo nosso fígado como uma toxina, que deve ser eliminada.
As fibras presentes nas frutas in natura, antidotam os efeitos ruins da frutose, por isso, devemos evitar os sucos, pois eles não contêm fibras em quantidades suficientes.
Reforçando, frutas são ótimas, desde ingeridas em sua forma natural, com suas fibras. Sucos de frutas industrializados, NÃO são uma boa opção alimentar, pois tem altas concentrações de (HFCS), que é um xarope de milho com alta concentração de frutose, largamente utilizado pela indústria alimentícia.
Opções: Todas frutas são boas, mas algumas merecem destaque, como: limão, abacate, abacaxi, ameixa, banana, cereja, goiaba, kiwi, mamão, maracujá, melão, morango (coma frutas diariamente, sempre em pequenas porções). Evite sucos, principalmente os industrializados.
O consumo de derivados da soja, embora pareça saudável a primeira vista, não é!
Os orientais consomem muita soja, porém na sua forma fermentada, como o Natto, por exemplo, que é muito benéfico.
No ocidente o maior consumo da soja, se dá em forma de sucos ou “leite” de soja, que apresentam vários efeitos nocivos para nossa saúde, quando consumidos de forma regular.
A soja contém Isoflavonas, que têm ação semelhante aos estrógenos (hormônios femininos), que podem, quando consumidos diariamente por crianças, provocar a antecipação do amadurecimento sexual nas meninas. Nos meninos, pode ocorrer o aumento dos seios e menor crescimento do órgão sexual masculino.
Os derivados da soja podem ter ação goitrogênica, isto é, podem causar hipotireoidismo, quando usados diariamente.
Seu uso esporádico, não tem sido associado a nenhum dano a nossa saúde.
Seu uso frequente e/ou em grandes quantidades, pode espoliar vitaminas e minerais do nosso corpo, para sua metabolização. A metabolização do açúcar, consome cálcio, cobre e zinco, diminuindo as defesas do organismo como um todo. Quanto mais refinado, mais nocivo é o açúcar.
A sacarose, o açúcar extraído da cana, é composto por uma molécula de glicose, e uma de frutose.
Quando utilizamos o açúcar regularmente, nosso corpo precisa produzir quantidades cada vez maiores de insulina, que remove o excesso de glicose no sangue. Mas esta produção cronicamente elevada de insulina, abre caminho para o diabetes tipo 2.
Opções: Os tipos de açúcar, do menos refinado, para o mais refinado são estes: mascavo, demerara, cristal, refinado e o de confeitaria.
Se optar pelo açúcar, prefira o mascavo, que além de adoçar, contém alguns minerais em sua composição.
A maior parte deles, são tóxicos para o nosso corpo, pois seu uso regular pode causar ou piorar várias patologias.
Aspartame, Sucralose, Ciclamato de Sódio, Acessulfame K, Sacarina, Tagatose, e mesmo a Frutose, que é natural, não devem ser usados de forma regular, pois podem, em algum momento prejudicar nossa saúde.
Opções: Dentre os adoçantes disponíveis no mercado brasileiro, restam apenas a Stevia 100% e a Taumatina, que é um pouco mais difícil de encontrar, porém são naturais.
Mais recentemente, surgiu outra opção natural, Monk Fruit (Luo Han Guo), um açúcar extraído de uma planta, que cresce na China e Tailândia.
Até o momento, não existe nenhum estudo mostrando que a Stevia, Luo Han Guo, ou a Taumatina sejam nocivas para seres humanos, nas doses recomendadas.
O Xilitol também é outra opção, porém, para algumas pessoas, pode produzir muitos gases.
É a abreviação de (High Fructose Corn Syrup) ou xarope de milho com alta concentração de frutose. É um tipo de adoçante feito a partir da frutose extraída do milho, muito mais doce e mais barata do o açúcar de cana.
Este adoçante, é largamente usado pela indústria alimentícia, em praticamente todos alimentos processados. Se você utiliza muitos alimentos industrializados, encontrados nas prateleiras dos supermercados, você está consumindo muito HFCS sem saber, e provavelmente não está saudável.
Opções: Procurar consumir o mínimo de produtos alimentícios industrializados, coma comida de verdade, de preferência feita em casa!
MSG ou Glutamato Monossódico, é outra importante toxina presente nos alimentos industrializados.
O MSG é um realçador de paladar, isto é, faz com que você não consiga parar de comer os alimentos onde que ele está presente.
Nossa legislação é muito branda com relação a presença de MSG nos alimentos industrializados, e a indústria alimentícia utiliza-o, em muitos alimentos processados como: batatas chips, biscoitos, bolos, bombons, “ketchup”, doces, maioneses, milho, molhos prontos, “nuggets” de frango, panquecas, pães, pizzas, rosquinhas, sopas prontas, shoyu, sucos de frutas e “waffles”.
MSG é neurotóxico! Várias doenças neurodegenerativas podem ser causadas ou agravadas por ele.
Opções: NÃO USAR!
É o antinutriente mais fartamente presente em produtos industrializados, notadamente margarinas e biscoitos.
Nossa legislação também é muito frouxa em relação ao seu uso. Nosso corpo não precisa de gorduras trans, portanto se quiser ter boa saúde, evite-os!
Opções: NÃO USAR! Pode ser substituída com vantagens pela manteiga.
O primeiro óleo vegetal foi introduzido nos USA em 1911, chamado Crisco.
Até 1920, praticamente não havia relato de infartos na população americana, que utilizava a banha de porco em larga escala.
A partir da introdução de vários óleos vegetais em substituição à gordura de porco, os índices de doenças cardiovasculares só têm aumentado.
Portanto sempre que possível evite cozinhar com óleos vegetais, há exceções, que citarei abaixo.
Opções: Podemos usar banha de porco, óleo de coco para cozinhar e azeite de oliva de boa qualidade para temperar saladas.
No Brasil e em vários outros países, são poucos azeites de oliva que não sofrem adição de outros óleos menos nobres, como a soja.
Esta adição é feita de forma legal, pois está prevista nas legislações destes países.
Porém, os azeites que são misturados com outros óleos, perdem muito da sua qualidade nutricional.
Para quem quer ter uma vida saudável, seu uso é totalmente desnecessário!
Refrigerantes de qualquer tipo, são extremamente ácidos para o nosso corpo.
Para compensar a acidez de 1 copo de qualquer refrigerante (pH 2.5) são precisos cerca de 32 copos com água, para que o corpo normalize seu pH!
Opções: Água de boa qualidade, alcalina, de preferência com pH acima de 8.
O sal integral tem mais de 80 minerais, porém quando e passa pelo processo de refinamento, para ficar fino, solto e branquinho, são retirados todos os minerais, menos o Sódio e o Cloro (NaCl).
Além deste empobrecimento pela perda dos minerais, são adicionadas ao sal refinado: dextrose, que age como estabilizante, e alvejantes, como o carbonato de sódio, óxido de cálcio (cal de parede), ferrocianato e prussioanato amarelo de sódio, fosfatotricálcio de alumínio, silicato e aluminato de sódio.
Logo, o sal de cozinha refinado, NÃO é apenas NaCl!
Pode ser Flor de Sal, Sal do Himalaia ou até mesmo Sal de Churrasco.
Basta colocar o Sal de Churrasco no triturador de sal, ou moer no liquidificar e usar.
O sal integral não causa elevação da pressão arterial, diferentemente do sal de cozinha refinado, e de bônus, ainda nos fornece pequenas doses de mais de 80 minerais!
O alumínio é um metal tóxico, que está largamente presente em nosso dia a dia.
Está associado a várias doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, além de ser um disruptor endócrino (substância que se liga ao receptor hormonal, impedindo sua ação).
Sempre que possível, devemos evitar fontes de alumínio como: panelas de alumínio, embalagens tetra pack, bebidas em latas de alumínio e desodorante antitranspirantes que contenham alumínio, por exemplo.
Opções: Os melhores utensílios para cozinhar são os de cerâmica, que embora sejam caros, compensam plenamente o investimento ao longo dos anos.
Devemos consumir pouca carne vermelha, peixes de água salgada e outras carnes brancas.
Os peixes, principalmente os mais ricos em gordura (atum, cavala, cavalinha, salmão, sardinha), fazem bem para a maioria das pessoas.
Feijão e arroz integral, de preferência, podem ser usados, pois além de saudáveis para quase todos, ainda é o prato básico da culinária brasileira, uma rica combinação de aminoácidos importantes para nosso corpo.
Usar muitos legumes, verduras e ovos.
Comer frutas sempre in natura. Evitar sucos de frutas industrializados, prefira sempre a fruta inteira.
Seu consumo, quase sempre é deixado em segundo plano, por grande parte da população.
Não espere sentir sede para beber água, mantenha-se hidratado com pequenos goles ao longo do dia.
O consumo de água de boa qualidade, de preferência alcalina, ou pelo menos que não seja ácida (pH neutro), pois grande parte das águas minerais mais vendidas, têm pH ácido, basta conferir nos rótulos.
Evitar águas com pH abaixo de 7, pois quanto menor for o pH, mais acida será a água.
O pH fisiológico do nosso sangue fica entre 7,35 e 7,45, quer dizer, no sangue é levemente alcalino.
CRM: 43711
Acupuntura RQE: 69859
Homeopatia RQE: 69860
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