Se você é estressado, sente cansaço constante, dificuldade para sair da cama pela manhã, fica ligado à noite, está sempre irritado, explode por qualquer coisa, concentração e memória estão diminuídas, a imunidade está baixa e tem desejo de carboidratos aumentado, talvez você esteja com Fadiga Adrenal ou Síndrome de Burnout, conheça os sinais e sintomas .
Certamente, a Síndrome de Burn Out ainda é um quadro pouco diagnosticado por nós médicos. Quando pensamos nas adrenais, o que nos vem à mente são patologias como Doença de Addison, ou a Síndrome de Cushing.
Nos tempos atuais, todos estamos o tempo todo submetidos a algum grau de stress, que pode ser leve e transitório, mas em muitos casos pode ser intenso e prolongado.
Sabemos que o stress em seus vários graus de intensidade, afeta a glândulas adrenais de várias formas.
As adrenais são pequenas glândulas que estão localizadas sobre os rins, como dois chapeuzinhos. Apesar de seu pequeno tamanho, elas são responsáveis pela produção vários hormônios importantes.
As adrenais são constituídas por duas porções, o córtex e a medula.
A medula adrenal, que é a parte mais interna, produz as catecolaminas: noradrenalina e adrenalina.
O córtex da adrenal secreta três tipos de hormônios: na camada mais externa do córtex os mineralocorticoides (aldosterona), na camada intermediária os glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e na parte mais interna do córtex os androgênios (hormônios sexuais masculinos e femininos).
As glândulas adrenais são importantes no controle da pressão arterial, ciclo do sono, da imunidade, do metabolismo do sódio, do potássio, da água, dos carboidratos entre outras funções.
Durante os últimos anos a fadiga adrenal vem ocorrendo de forma quase que epidêmica, podemos dizer.
Vários fatores estão envolvidos na geração deste distúrbio, como por exemplo: stress prolongado e/ou intenso, várias formas de medo, preocupações constantes, pressão no trabalho, em casa, na escola, crises financeiras, crises afetivas, doenças graves e/ou crônicas, perdas de entes queridos, violência urbana apenas citando alguns fatores.
Nas fases iniciais do stress a adrenal reage produzindo muito cortisol, e se este quadro se prolonga por muito tempo a glândula pode entrar em falência e deixar de produzir cortisol em níveis adequados, é o que chamamos de fadiga adrenal.
Por sua vez, casos mais severos de insuficiência adrenal podem evoluir para a chamada Síndrome de Burn Out, que ocorre quando aparecem o colapso, a apatia e prostração intensas.
Muitas vezes, a Síndrome de Burn Out é confundida com depressão ou hipotireoidismo, mas embora muitos sintomas possam ser comuns aos dois quadros, os tratamentos são muito diferentes.
Como o cortisol também modula o sistema imunológico, sua falta nos torna mais suscetíveis às inflamações, infecções, alergias, dermatites, dores musculares e articulares entre outros sinais e sintomas.
Os sinais e sintomas mais importantes estão listados abaixo.
Outras manifestações também podem ocorrer como: alergias, tonturas, desejo de café e outras bebidas estimulantes, desejo de alimentos salgados, dores articulares, cefaleias crônicas, lombalgia, queda da pressão arterial ao se levantar, oscilações na glicemia, redução da libido, compulsão alimentar e ganho de peso
Antes de qualquer coisa, para entendermos melhor as fases do stress, segue abaixo uma das classificações mais utilizadas para o estadiamento do stress, que é a foi criada por Hans Selye em 1936, na qual ele dividia o stress em 3 fases.
Porem acrescentei, por minha própria conta, a fase 4 que na verdade é uma piora da fase 3.
Os sintomas e sinais variam dependendo da fase do stress em que o paciente se encontra, portanto o tratamento também é diferente.
A fase de alerta pode ser considerada como benéfica para a espécie humana, pois é graças a ela que sobrevivemos até hoje.
É nesta fase que ocorre a liberação de adrenalina para que enfrentemos determinada situação, nos sentimos energizados e prontos para correr ou lutar, conforme seja melhor para nós. Passado o estimulo que gerou esta reação, nossa fisiologia volta ao normal.
Importante frisar que nesta fase, tanto o estímulo estressor quanto o tempo que ele dura são curtos.
Nesta fase temos elevação da adrenalina e também do cortisol, geralmente esta fase não requer tratamento, pois é fisiológica.
Se os agentes estressores são mais intensos e se apresentam com uma frequência maior no dia a dia, nós entramos na fase de resistência.
Neste momento os sintomas começam a surgir, e os órgãos ou sistemas mais frágeis são os alvos iniciais.
As alterações nesta fase, costumam ser mais funcionais do que lesionais como veremos a seguir. Existe uma gama imensa de sinais e sintomas, mas vou listar apenas os mais comuns:
Nesta fase podemos ter já uma elevação mais marcada do cortisol e adrenalina. Aqui a duração do estímulo estressor é prolongada
Se os agentes estressores continuam agindo por muito tempo, vamos entrar na fase 3 ou de fadiga adrenal, onde os sintomas e sinais da fase de resistência continuam, mas aqui já podem ocorrer manifestações orgânicas lesionais.
Surgem então: hipertensão arterial, úlceras gastroduodenais, colite, diminuição da imunidade, câncer, psoríase, vitiligo entre outras patologias. Nesta fase as adrenais são muito exigidas, e a produção de cortisol está muito elevada.
Quando os fatores estressores não são resolvidos, as adrenais entram em exaustão, e a produção de cortisol despenca abruptamente, e temos então a Síndrome de Burn Out.
E grau mais extremo de deficiência adrenal, mas que não é tão rara atualmente.
É a fase de exaustão total ou “burn out”, onde as adrenais entram em falência e o cortisol despenca. Nesta fase as forças se esgotam, e a pessoas ficam totalmente prostradas e sem forças para nada, literalmente acabou o gás!
Existem alguns exames que podem nos ajudar a diagnosticar a fadiga adrenal.
Porém o principal diagnóstico é feito através das queixas clínicas. Abaixo temos uma lista dos principais exames laboratoriais para identificar a insuficiência adrenal:
Como tratar? Antes de qualquer intervenção médica, a pessoa deve se conscientizar de que deve mudar seu estilo de vida, de forma a reduzir ou eliminar agentes estressores quando possível.
Aprender alguma técnica de meditação e/ou iniciar algum tipo de atividade física vai ajudar muito.
A acupuntura é um excelente recurso para ajudar na recuperação em qualquer fase do stress, e tem sido cada vez mais procurada para esta finalidade
Ainda dentro da medicina natural, a medicina ortomolecular, a fitoterapia e a homeopatia podem ajudar muito a equilibrar os níveis de cortisol sem efeitos indesejáveis.
Em casos mais severos de fadiga adrenal pode e deve ser utilizada a suplementação com hidrocortisona bioidêntica, para ajudar a na recuperação da função adrenal.
No aspecto alimentar devem ser evitados carboidratos de alta carga e índice glicêmicos, pois eles elevam o nível de insulina, que por sua vez diminui ainda mais o cortisol que está baixo.
Por este mesmo motivo evitar comer de 3/3 horas, principalmente os carboidratos.
Procurar alimentos ou fazer suplementação contenham Vitamina C, Zinco e Vitaminas do Complexo B, principalmente o Ácido Pantotênico, que são nutrientes muito demandados pelas adrenais.
Mas sempre é bom frisar, procure sempre um profissional da área de saúde, para ajudá-lo, evite automedicação!
Importante frisar que, embora o tratamento seja eficaz, a recuperação da fadiga adrenal costuma demorar meses e em alguns casos mais de ano, resumindo não existe solução rápida para exaustão adrenal.
**Apenas a especialidade de Homeopatia é atendida através da Unimed, nas demais áreas, os atendimentos são apenas particulares.
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